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Feminicídio: Uma Abordagem sobre a Escalada Mortal das Relações Abusivas




O feminicídio, uma manifestação extrema da violência de gênero, se apresenta como uma problemática crítica e complexa em nossa sociedade contemporânea. Este artigo visa aprofundar nossa compreensão sobre o processo que leva da escalada dos relacionamentos abusivos até o terrível desfecho do feminicídio. Além disso, exploraremos dados estatísticos que revelam as características das vítimas, bem como os profundos impactos psicológicos nos familiares.


A escalada dos relacionamentos abusivos rumo ao feminicídio é um percurso marcado por desigualdades conforme citados nos artigos anteriores. Começa muitas vezes com sinais sutis, aumentando gradualmente, onde a violência se intensifica.


Segundo dados obtidos através do Relatório “O poder judiciário na aplicação da lei maria da penha ano 2022”, ao analisar dados ocorreram cerca de 640.867 de processos de violência doméstica e familiar e/ou feminicídio. Ao nos debruçarmos sobre os dados do ano de 2021, infelizmente o site está desatualizado, fornecidos pelo ISP Governo do Estado do Rio de Janeiro, percebemos que em 2021 tivemos somente no estado do Rio de Janeiro 111.879 mulheres vítimas de violência doméstica. A região onde houve prevalência do maior número registrado de violência contra a mulher foi na capital (35,6%). Os tipos de violência que mais se manifestaram foram: A violência psicológica (32,9%), violência física (31,2%), violência moral (23,0%), violência sexual (5,6%) e violência patrimonial (4,8%). Dentre os delitos mais relatados foram: Ameaça (34.747), Lesão corporal (344.181), Injúria (21.665), Estupro (4.429), dano (3.020. Ao verificarmos os dias da semana de maior prevalência de violência contra mulher temos o domingo (18,3%), sábado (15,7%) seguindo de segunda (14,7%), terças e sextas feiras (13,1% em cada dia) e as quartas com o menor índice (12,8%). Sobre os horários constatamos que o maior horário que ocorre a violência contra a mulher éentre 18h e 23:59 (32,5%). Com relação a faixa etária observamos que as maiores vítimas são mulheres de 30 a 59 anos (56,2%). Quanto a cor das vítimas 44,9% são brancas, 38,2% pardas, 14,6 são negras. Quanto a escolaridade das vítimas 35,2% possuem ensino médio completo. Quanto ao estado civil das vítimas 48,3 declaram ser solteiras, 30,9% declararam viver junto ou são casadas. Quanto aos locais onde ocorreu a violência 59,9% foi em domicílio. Sobre relação da vítima om seu agressor 50,1% relataram ter sofrido violência de seu companheiro ou ex companheiro.


O impacto do feminicídio nos familiares das vítimas é devastador. A dor da perda é exacerbada pela natureza violenta e brutal do ato. Familiares muitas vezes experimentam uma combinação complexa de emoções, incluindo raiva, culpa, tristeza e impotência. O luto é carregado por sentimentos de injustiça e a sensação de que a sociedade não conseguiu proteger as vítimas. Os familiares ficam, muitas vezes, com traumas profundos e cicatrizes psicológicas que podem afetar suas vidas de maneira duradoura.


Este artigo reforça a necessidade urgente de compreender e combater o feminicídio como um desdobramento trágico da violência de gênero. A escalada dos relacionamentos abusivos até esse desfecho é uma jornada que ilustra a magnitude dos desafios que as vítimas enfrentam. Ao confrontar essa problemática com sensibilidade e empatia, podemos criar um ambiente que promova a igualdade de gênero, o respeito mútuo e a segurança de todas as mulheres.



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